Pular para o conteúdo principal

Vienna Jack


Vienna Jack foi uma ideia que eu tive de fazer uma Vienna Lager maturada com lascas de barris de Jack Daniels. Adoro o estilo Vienna e seu perfil de malte ligeiramente tostado e complexo que remete a compostos de reações de Maillard (pão torrado), seu amargor moderado e seu final seco. Acho que um aroma defumado e doce do Jack Daniel's poderia casar muito bem.


Eu comprei nos Estados Unidos um saco de lascas de barris de carvalho utilizados na maturação de Jack Daniels. A ideia do produto é ser utilizado na churrasqueira (ou no defumador) para transferir um aroma de Jack Daniels para carne ou qualquer alimento que esteja assando ou defumando. Eu pensei em usar essse produto de duas formas, ao defumar um malte para fazer uma Smoked Daniels e como chips de carvalhos, emulando a maturação em barril.


Pesquisei em alguns fóruns gringos para descobrir se alguém já tinha feito isso e descobri que não é uma ideia tão original. Encontrei bastante gente fazendo, o que é ótimo. Lendo a opinião de quem já tinha feito, defini que eu usaria o equivalente a uma mão cheia de lascas (40g), deixaria uma semana embebido em Jack Daniels para sanitizar e então jogaria no fermentador ao final da fermentação primária, como se fosse um dry-hop.





Utilizei o lúpulo Centennial, no lugar de uma variedade germânica por mera comodidade, era o que havia disponível no dia, e pensando bem... como essa Vienna já está com um pezinho na América, não vi problema em utilizar uma variedade de lúpulo americana.

Fiz conforme explicado acima, deixando rolar a fermentação secundária (até uma densidade de 1.005 -bem seca) e maturar quase dois meses com as lascas. O resultado final foi uma bela Vienna, bem de acordo com o estilo mas com um aroma proeminente de carvalho, só que não percebi o Jack Daniels, o que me desapontou bastante.

Acredito que parte do motivo pelo qual não senti tanto Jack Daniels tenha sido porque embebi as lascas com uma pequena quantidade do Tennessee Whiskey - a garrafa que eu tinha em casa estava no final e não quis gastar em outra.... E também porque o saco de dry-hop onde estavam as lascas em algum momento se soltou e foi para o fundo do fermentador.

Futuramente pretendo executar uma experiência atentando para esses detalhes e também uma com malte defumado pelas queima das lascas, uma Rauchbier Jack.

                                                                                                                                                                   
Acesse nosso site: cervejasextremas.com
Siga-nos no twiiter: twitter.com/cervasextremas


Comentários

  1. Fiz quase o mesmo com uma ESB.
    A primeira ficou espetacular, usei quase a mesma quantidade e lascas e sanitizei com bastante Bourbon. Joguei tudo no fermentador no final de secundária secundária deixei mais de mês na temperatura da primária.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Temperando a Cerveja: Técnicas para Trabalhar com Especiarias

Como Utilizar Ervas e Especiarias Todo cervejeiro caseiro sabe que o lúpulo é a santa erva da cerveja. Mas os que acompanham este blog sabem que muitas outras ervas eram utilizadas no passado antes do lúpulo se destacar, conforme pode-se ver  aqui ,  aqui  e  aqui. Lendo estes posts sobre o Gruit pode-se concluir que fazer cervejas com especiarias e ervas não é nada novo e revolucionário, bem pelo contrário, é a raiz da cervejaria; é a velha escola. Assim, um bom cervejeiro não deve ter medo de utilizar especiarias nas suas cervejas, mas deve ter consciência que a diferença entre algo saboroso e algo intragável pode ser uma pitada a mais de alguma especiaria forte. Creia-me que isso pode acontecer, falo por experiência própria... já arruinei uma cerveja ao colocar apenas uma pitada de cominho.  É muito importante, até se adquirir uma certa experiência, seguir as medidas de uma receita ou seguir parâmetros de referência que alguém já tenha definido. Na dúvida, coloque meno

Festival de Inverno Bodebrown 2015

A Bodebrown realizou ontem (4 de julho) seu festival de inverno com cervejas artesanais, food trucks, encontro de mavericks, bulldogs e música Celta ao vivo. Tudo isto feito na rua em frente à cervejaria aqui em Curitiba. A festa foi excelente, com 13 tipos de cervejas, o usual growler day com a cerveja Saint Arnold 6 e a venda de insumos cervejeiros na loja da cervejaria. Saí de lá feliz da vida, tendo bebido alguns bons chopps, com dois growlers cheios e com dois sacos cheios de insumos para me divertir durante a semana, porém com o estômago vazio. Minha felicidade só não foi completa por isso; devido ao grande número de pessoas os food trucks não estavam dando conta do recado e, após uma espera de mais de 40 minutos, desistimos da pizza que estávamos esperando e fomos embora. Pode-se perceber que a organização subestimou bastante a quantidade de pessoas e por isso havia filas muito grandes para todos os lados. Realmente a Bodebrown representa muito bem, até com m

Cauim - Fermentado com Jiuqu

Dando continuidade ao assunto Cauim; o qual considero um assunto muito importante para nós brasileiros dado que é um fermentado típico da nossa terra, feito pelos indígenas por séculos, talvez milênios. Acho muito importante que nossas experiências gastronômicas reflitam quem nós somos, nossas raízes, nossos valores e nossa terra, e o Cauim representa muito bem isso. O Cauim, como já dito, era um nome genérico para diversos fermentados nativos, sendo que a matéria prima mais utilizada era a mandioca, a qual sempre foi um alimento muito importante na América do Sul. As lendas nativas de origem da mandioca são todas muito similares entre si e transcrevo abaixo uma versão simplificada da lenda. "Em um passado distante, a filha de um grande chefe recebeu o espírito da Grande Mãe Terra em um sonho. Ela disse para menina que ela estava grávida de uma criança que traria para todos a benção sagrada do Criador. Então a menina ficou grávida e teve uma bela criança que chamaram de Man