Minhas Experiências com Gruit
Como pode ser visto no tópico anterior, Gruit era o nome dado a uma mistura de ervas aromáticas usadas para dar amargor à cerveja antes da popularização do lúpulo a partir do século XVI. As três ervas mais utilizadas e que compõem a chamada “santíssima trindade do gruit” são:
- Mírica (Myrica Gale)
- Mil-folhas ou Aquiléia (Achillea Millefolium)
- Wild Rosemary (Rhododendron Tomentosum ou Ledum Palustre
Dessas três ervas, apenas a Aquiléia eu consegui encontrar aqui Brasil. Encontrei em uma loja de produtos naturais depois de pesquisar um pouco. As outras duas ervas são difíceis de encontrar até mesmo no exterior, eu comprei nos Estados Unidos por meio deste site http://www.wildweeds.com/herbs/index.html.
É importante ressaltar que essas ervas possuem certa toxidade, quando eu li isso eu já havia feito uma receita e fiquei bastante receoso. Resolvi fazer alguns chás com as ervas para experimentar. Fui aumentando a dosagem aos poucos e o que eu acabei por sentir foi um pouco de dor de cabeça.
Assim, eu resolvi fazer uma Gruit Ale a partir desta receita do site gruitale.com. Mas o resultado não ficou muito bom. Fiz algumas adaptações na receita e acabei deixando muito aromática e pouco encorpada e com isso não ficou muito equilibrada.
A cerveja ficou bem exótica, com um aroma que lembra a própolis. Gostosa a princípio, mas muito enjoativa. Na fermentação secundária eu separei um lote de 5 litros e temperei com uma pitada de cominho - que era um tempero muito utilizado em Gruits. O resultado desse lote foi simplesmente desastroso. Eu acho que subestimei o poder do cominho ao jogar a pitada... ele simplesmente dominou o sabor da cerveja. Ficou intragável.
Minha Primeira Gruit |
Depois dessa experiência, que ocorreu há cerca de quatro meses, eu resolvi tirar o dia hoje para fazer novas experiências com gruit. Dessa vez resolvi fazer duas receitas. A primeira é essa versão de gruit do século XIV que consta no site Gruit Ale e no livro do Stephen Buhner. Na verdade essa receita foi resgatada pelo Dr. John Harrison e o pessoal do Durden Park Beer Club. Esta receita leva as três ervas do gruit em uma quantidade pequena, apenas 2g de cada para uma receita de 5 litros. Mas mesmo com pouca quantidade de cada erva o aroma ficou bem forte durante a brassagem.
E a segunda Gruit do dia foi uma receita que consta no livro do Randy Mosher. Não é possível ver na tela do Brewsmith toda a listagem de ervas que vão nesta receita, e por isso vou listar aqui: Bagas de zimbros, mírica, mil-folhas, wild-rosemary, artemísia, cominho, sementes de uvas, cardamomo, cravo em pó, alecrim, folhas de louro e eu resolvi adicionar por conta própria, para um toque de brasilidade, folhas de guaco.
Abaixo algumas fotos da brassagem do dia.
E o resultado final são esses dois pequenos lotes de 5 e 6 litros fermentando na geladeira.
Porque eu não me arrisco mais a fazer lotes grandes de gruit |
Daqui a algumas semanas eu posto fotos das cervejas finalizadas e comento o resultado.
Em tempo, o título da postagem é baseado no título do capítulo sobre gruit ale e outras cervejas sem lúpulo do livro do Randy Mosher.
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